terça-feira, 18 de agosto de 2009

O humanismo renascentista

Para a mentalidade medieval, a desigualdade proporcional era um bem e não uma injustiça, pois era baseada não no amor próprio, mas na humildade de reconhecer as carências individuais de cada um e a superioridade de outros. De maneira que a regra é a admiração às superioridades de cada um (pois cada pessoa representa em si algo da perfeição de Deus, e representa esta perfeição melhor do que qualquer outra). Em se admirando, algo daquilo a que se admira passa para quem admira, e assim sucessivamente, existe uma constante progressão social para o mais alto, para o mais belo, para o mais perfeito. A função da elite é, pois, a de elevar constantemente a sociedade e não, como querem os socialistas, oprimir e destruir.
Com o advento do Renascimento, esta "atitude de alma" admirativa, gradativamente, vai se transformando em inveja; e do ideal de desigualdades harmônicas, passa-se a uma busca constante de igualdade e liberdade. Igualdade fruto do orgulho que não aceita superioridade. Liberdade que não aceita a imposição de regras sociais e morais, que, segundo os revolucionários, aprisionariam o homem . Da união destes dois princípios revolucionários, somos todos iguais e livres, surge a fraternidade ecumênica e niveladora, onde a verdade é subjetiva e a moral apenas social (pelo menos até o advento das chamadas sociedades alternativas, que praticamente preceituam a inexistência da moral).
"A partir do século XIV, começam a surgir fissuras no grandioso edifício da Idade Média: uma gradual e profunda mudança de mentalidade começa a se operar na Cristandade."
Essa mudança não ocorreu - principalmente, pelo menos - de forma explícita ainda no Renascimento, a transformação foi muito mais tendencial do que ideológica.

Leticia e Kettyln

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